quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Santa Edwiges

Hoje dia 16 de outubro se comemora o dia da Santa Edwiges. Nascida no período Medieval, em 1174, Edwiges – morreu em 1.243, e foi canonizada em 1.267 –, foi uma mulher que marcou seu tempo. De família nobre, rica, assistiu, desde tenra idade, a miséria a tomar formas diferentes nas pessoas que conhecia, convivia e amava.

Ao se casar aos 12 anos de idade, com Henrique, duque europeu, a então princesa da Silésia, país de Lebuska, atual Polônia, Edwiges, educada no Catolicismo e dona de uma fé inabalável, deparou-se com uma situação completamente diferente da que estava acostumada a conviver – seu marido, irmão de clérigo, mal sabia rezar.

Cristã, no real sentido da palavra, a esposa de Henrique logo tomou a educação religiosa de seu marido, preparando o caminho da paz em sua casa para a chegada de seus seis filhos – Henrique, Conrado, Boleslau, Inês, Sofia e Gertrudes. E, para conseguir manter sua família dentro do que acreditava, diariamente, levava a família até a capela próxima do castelo onde moravam, para assistirem, juntos, diariamente, à missa.

Mas, suas devoções a Cristo e respeito à Virgem Maria não terminavam em seus horários de missa ou de oração. Entre as prolongadas ausências do marido, que saía a lutar nas guerras que dizimavam vidas e era freqüente naquele período da humanidade, Edwiges aproveitava para visitar famílias nas maiores condições de miséria e buscar o socorro para cada uma delas.

Nessas visitas, descobriu que os maiores problemas que as famílias enfrentavam estavam relacionados à falta de dinheiro. Lavradores, pequenos sitiantes precisavam pagar uma quantia aos proprietários da terra que trabalhavam, sobre a colheita que deveriam ter. Essa colheita sempre era menor do que o esperado devido ao inverno rigoroso e as intempéries do clima do lugar. Sem ter como pagar as dívidas, os lavradores eram presos e suas famílias ficavam abandonadas, sem ter a quem recorrer. Muitas vezes, as mulheres se prostituíam para poder sustentar seus filhos, ou vagavam pelas ruas, à mercê da quase inexistente caridade pública, sendo humilhadas e maltratadas pelos moradores que tinham condições de sobreviver.

Assistindo a dor e a miséria humana, Edwiges, dona de um coração privilegiado para a época, e uma das mulheres que mais sentiram – e demonstraram – como ninguém, a caridade e a compaixão, pagava as dívidas dos presidiários com o dinheiro de seu dote, a quantia que foi dada em época de seu casamento o seu marido que não quis usá-la e deixou a seu inteiro dispor de sua esposa, ajudando-os a reiniciarem suas vidas.

Preocupada com a situação das mulheres que perdiam seus maridos nas guerras e viam-se a mercê da sorte, expostas a estupros e todo tipo de maldade humana, passou a construir em pequenos vilarejos, conventos para abrigar viúvas e órfãos. Muitas tornaram-se freiras e passaram a servir a Deus.

Depois de perder dois de seus filhos precocemente e, por último, seu marido, Edwiges retirou-se para o convento de Trébnitz e ali viveu, em jejum e oração até sua morte, aos 69 anos de idade.

Sua fé foi motivo de muitos pedidos dos que viveram próximos a ela, depois de sua morte e, com vários milagres comprovados, a Igreja Católica a declarou santa em 1.267, 24 anos após a sua morte.

Até hoje, seu corpo é venerado no Convento de Trébnitz, na Polônia, e existem igrejas no mundo inteiro dedicadas à santa.



Santa Edwiges, construtora

É comum ver a estátua de Santa Edwiges com uma coroa na mão ou com um livro. Às vezes é com um livro e acima dele, apoiada nele, uma coroa. O sinal é que ela era atenta à Palavra de Deus ou às regras de vida escritas pelos Santos e ao mesmo tempo mantinha sua nobreza, sua dignidade.

Mas encontramos também estátuas de Santa Edwiges com pequenas Igrejas na mão. Aliás, é esta a forma mais comum de ver sua representação. O motivo é claro: Edwiges dedicou muito de seu tempo e de suas posses para construir lugares onde as pessoas podiam encontrar Deus. Ela construiu Igrejas e Conventos onde pessoas comuns e Monges e Monjas podiam orar, contemplar e estar em comunhão com o sagrado.

Continuando nossa apresentação da vida de nossa Santa Edwiges, lembremos que da última vez contamos que ela havia construído um convento em Trzebnica. Este convento foi muito importante na sua vida. Não sabemos direito como era o seu aspecto externo, pois não restou muito daquele tempo. Sabemos por uma gravura de 1234 e de algumas indicações escritas que o convento era a metade do que é atualmente.

Foram descobertos fornos de aquecimento debaixo do atual piso do convento. Os fornos eram importantes pois mantinham a casa aquecida. Do lado oeste do convento descobriu-se o que deve ter sido a ala dos hóspedes e de acolhida dos peregrinos. Edwiges deve ter morado naquela região do convento.

Nossa Santa se empenhou muito na construção daquele edifício. E através desta construção ela conseguiu também muitos benefícios a seu povo. De fato, a sentença de morte era muito comum naquele tempo. Edwiges conseguia que seu marido, senhor daquelas terras, não executasse os inimigos, mas os direcionava para os trabalhos naquela construção. Fazia assim também com os devedores, não impondo a eles a prisão e a humilhação.

Em 1232 assume o convento de Trzebnica a Monja Gertrudes, filha de Edwiges. As religiosas que lá estavam, pelo que se pode ler nos registros, eram tanto polonesas quanto alemãs. Com a prática de estimular a construção deste convento e outras obras, Edwiges marcava presença e influenciava positivamente a sociedade de seu tempo, gerando também possibilidades de vida e dignidade para seus súditos, especialmente os mais empobrecidos.

Fonte: Santuário Santa Edwiges

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