quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Jovem da Justiça

“Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5,6)

Justiça! Justiça tem que ver com o justo, acertado, boa medida. Somente assim a justiça pode ser transformada em direito. A justiça antecedo o direito, a lei. Cumprir o direito ou a lei não significa, por si só, ter feito justiça. Fez-se justiça quando ela veio à fala, impôs-se no meio dos desajustes como medida que devolve à pessoa, às relações entre as pessoas e, por isso, à sociedade a possibilidade de uma vida digna e de paz.


Serão saciados, porque têm fome e sede de relações justas como a de Deus. “De fato, a justiça não é uma simples convenção humana, pois o que é justo determina-se originariamente não pela lei positiva, mas pela identidade profunda do ser humano. É a visão integral do homem que impede de cair numa concepção contratualista da justiça e permite abrir também para ela o horizonte da solidariedade e do amor” (Bento XVI, Dia Mundial da Paz 2012,4).


Os jovens têm sensibilidade para a justiça, para a boa medida, para o justo. Especialmente quando tocados e animados pela força do evangelho, desejam a justiça e deixam-se tomar por ela. São capazes de ir para além do direito, da lei, para proclamar a justiça. São capazes de lutar para que a “cidade dos homens” não se mova apenas por “relações feitas de direitos e deveres, mas, antes e sobretudo, por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão” (Bento XVI, Dia Mundial da Paz 2012,4). Ao testemunhar a justiça, os jovens possam dizer como o profeta: “Eis-me aqui! Envia-me!”





Escrito por: Leonardo Ulrich Steiner 
Bispo Auxiliar de Brasília secretário-geral da CNBB

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