“Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão
saciados” (Mt 5,6)
Justiça! Justiça tem que ver com o justo, acertado, boa
medida. Somente assim a justiça pode ser transformada em direito. A justiça
antecedo o direito, a lei. Cumprir o direito ou a lei não significa, por si só,
ter feito justiça. Fez-se justiça quando ela veio à fala, impôs-se no meio dos
desajustes como medida que devolve à pessoa, às relações entre as pessoas e,
por isso, à sociedade a possibilidade de uma vida digna e de paz.
Serão saciados, porque têm fome e sede de relações justas
como a de Deus. “De fato, a justiça não é uma simples convenção humana, pois o
que é justo determina-se originariamente não pela lei positiva, mas pela
identidade profunda do ser humano. É a visão integral do homem que impede de
cair numa concepção contratualista da justiça e permite abrir também para ela o
horizonte da solidariedade e do amor” (Bento XVI, Dia Mundial da Paz 2012,4).
Os jovens têm sensibilidade para a justiça, para a boa
medida, para o justo. Especialmente quando tocados e animados pela força do
evangelho, desejam a justiça e deixam-se tomar por ela. São capazes de ir para
além do direito, da lei, para proclamar a justiça. São capazes de lutar para
que a “cidade dos homens” não se mova apenas por “relações feitas de direitos e
deveres, mas, antes e sobretudo, por relações de gratuidade, misericórdia e
comunhão” (Bento XVI, Dia Mundial da Paz 2012,4). Ao testemunhar a justiça, os
jovens possam dizer como o profeta: “Eis-me aqui! Envia-me!”
Escrito por: Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília secretário-geral da CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário