Muitos jovens no Brasil, que desejam fazer um trabalho
voluntário, não sabem por onde começar. Afinal, o que eu preciso fazer para ser
um voluntário?
O mais importante para fazer um trabalho voluntário é
querer ajudar! O voluntário é movido pelo desejo de fazer algo bom para as
outras pessoas e para a comunidade! A sua solidariedade é um ato de cidadania e
comprometimento com a realidade.
É muito importante que o voluntário tenha uma visão
crítica sobre a realidade da sua comunidade, cidade, país e por que não dizer,
do mundo em que vive. O desejo de ajudar deve vir acompanhado de uma reflexão
sobre por que e como oferecer essa ajuda!
Não é obrigado ser especializado em alguma área
específica, alguns trabalhos voluntários exigem uma formação específica, outros
não. Muitas organizações que estão abertas a receber voluntários têm seus
próprios programas de capacitação.
Você é quem decide que trabalho você quer fazer e
quanto tempo você pode dedicar a ele! É muito importante pensar sobre o que se
quer fazer antes de começar a procurar!
Dicas sobre voluntariado:
1. Todos podem ser voluntários
Trabalho voluntário é uma experiência aberta a todos.
Não é só quem é “especialista” em alguma coisa que pode ser voluntário. Muito
pelo contrário: todos podem contribuir, a partir da ideia de que o que cada um
faz bem, pode fazer bem a alguém. O que conta é a motivação solidária, o desejo
de ajudar, o prazer de se sentir útil. Muitos profissionais preferem colaborar
em áreas fora de sua competência específica, exatamente para se abrir a novas
experiências e vivências.
2.
Trabalho voluntário é uma via de mão dupla: o voluntário doa e recebe
Voluntariado não tem nada a ver com obrigação, com coisa
chata, triste, motivada por sentimento de culpa. Voluntariado é uma experiência
espontânea, alegre, prazerosa, gratificante. O voluntário doa sua energia,
tempo e talento, mas ganha muitas coisas em troca: contato humano, convivência
com pessoas diferentes, oportunidade de viver outras situações, aprender coisas
novas, satisfação de se sentir útil.
3.
Voluntariado é uma relação humana, rica e solidária
Trabalho voluntário não é uma atividade fria, racional
e impessoal. É contato humano, oportunidade para se fazer novos amigos,
intercâmbio e aprendizado. Este sentimento de estar sendo útil a alguém é uma
motivação fortíssima para o envolvimento de pessoas como os idosos, aposentados
e portadores de deficiências, que a sociedade tende a desvalorizar e considerar
inúteis
4.
No voluntariado, todos ganham: o voluntário, aquele com quem o voluntário
trabalha e a comunidade
A ação voluntária visa a ajudar pessoas em dificuldade,
resolver problemas sociais, melhorar a qualidade de vida da comunidade. Seu
sentido é eminentemente positivo: ao mobilizar energias, recursos e
competências em prol de ações de interesse coletivo, o voluntariado reforça a
solidariedade social e contribui para a construção de uma sociedade mais justa
e humana.
5.
Voluntariado é uma ação duradoura e com qualidade
O voluntariado não compete com o trabalho remunerado
nem com a ação do Estado. Sua função não é tapar buracos nem apenas compensar
carências.
Uma sociedade participante e responsável, capaz de agir
por si mesma, não espera tudo do Estado, mas tampouco abre mão de cobrar do
governo aquilo que só ele pode fazer.
6.
As formas de ação voluntária são tão variadas quanto as necessidades da
comunidade e a criatividade do voluntário
Tradicionalmente, no Brasil, o voluntariado se
concentrou na área de saúde e no atendimento a pessoas carentes. O
reconhecimento da urgência de ações nessas áreas não é contraditório com a
valorização de novas possibilidades de voluntariado nas áreas de educação,
atividades esportivas e culturais, proteção do meio ambiente, etc. Cada
necessidade social é uma oportunidade de ação voluntária. Basta olhar em volta
e dar o primeiro passo.
7.
Voluntariado é ação
O voluntário é uma pessoa criativa, decidida,
solidária. No trabalho voluntário, não há cartórios nem monopólios. Não há
hierarquia de prioridades. Não é preciso pedir licença a alguém, antes de
começar a agir. Quem quer, vai e faz.
8.
Cada um é voluntário a seu modo
Alguns são capazes individualmente de identificar um
problema, arregaçar as mangas e agir. Outros preferem atuar em grupo. Grupos de
vizinhos, de amigos, de estudantes ou aposentados, de colegas de trabalho que
se mobilizam para ajudar pessoas e comunidades. Por vezes, é uma instituição
inteira que se mobiliza, seja ela um clube, uma igreja, uma entidade
beneficente ou uma empresa. No voluntariado é assim: não há fórmulas nem
receitas a serem seguidas.
9.
Voluntariado é escolha
Cada um contribui, na medida de suas possibilidades,
com aquilo que sabe e quer fazer. Uns têm mais tempo livre, outros só dispõem
de algumas poucas horas por semana. Alguns sabem exatamente onde ou com quem
querem trabalhar. Outros estão prontos a ajudar no que for preciso, onde a
necessidade é mais urgente. Cada compromisso assumido, no entanto, é para ser
cumprido.
10.
Voluntariado é um fenômeno mundial
A escolha do ano de 2001, pelas Nações Unidas como Ano
Internacional do Voluntariado, representa o reconhecimento internacional do
voluntariado como fenômeno contemporâneo e global. Esta celebração é uma
oportunidade a ser aproveitada para consolidar o voluntariado no Brasil como
componente essencial de uma sociedade cada vez mais democrática e
participativa.
Artigo de Miguel Darcy Ribeiro, publicado no Guia do
Voluntariado, em 2002.
Fonte – Infojovem.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário